domingo, junho 29, 2025
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Pais pagam quase o dobro pelo material escolar por causa dos impostos

Estudo revela que tributos elevam os preços e impactam o orçamento das famílias; reforma tributária pode trazer mudanças nos próximos anos

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Comprar material escolar está mais caro do que nunca para as famílias brasileiras. Um estudo do Instituto Locomotiva e QuestionPro revelou que 85% dos lares do país sentirão o peso das compras neste ano e, para aliviar os gastos, um terço das famílias pretende parcelar as despesas. Mas o grande vilão dos altos preços pode estar nos impostos.

Segundo o levantamento do Impostômetro do Instituto Brasileiro de Gestão e Planejamento Tributário (IBGPT), uma lista com 13 itens escolares, avaliada em R$ 191,41, poderia ser 39,29% mais barata se não houvesse a cobrança de tributos indiretos. Os principais impostos que encarecem esses produtos são o PIS, Cofins e IPI, que são federais, além do ICMS, cobrado pelos estados.

Entre os itens mais afetados pela tributação está a caneta, com 51,70% de impostos. Um kit com quatro unidades poderia custar R$ 2,89, mas é vendido por R$ 5,99. A régua escolar, por exemplo, tem 43,91% de carga tributária, fazendo com que o valor de R$ 3,87 salte para R$ 6,90. A tributação sobre a tesoura sem ponta chega a 41,47%, enquanto uma caixa de tinta guache tem 41,44% de impostos embutidos no preço final.

Foto: Divulgação

De acordo com o tributarista Thiago Alves, CEO do IBGPT, essa alta carga tributária prejudica principalmente as famílias de baixa renda. “Os impostos indiretos impactam mais as classes que ganham menos, tornando o acesso a itens essenciais mais difícil e agravando a desigualdade social”, explica Alves.

Reforma Tributária pode mudar cenário

A partir de 2026, a Reforma Tributária começará a ser implementada no Brasil e pode alterar a forma como esses tributos são cobrados. No início, haverá um acréscimo de 1% sobre os impostos já existentes, que será dividido entre a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) e o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS).

Até 2032, esses novos tributos substituirão gradativamente os impostos atuais. A CBS tomará o lugar do PIS, Cofins e IPI, enquanto o IBS substituirá o ICMS e o ISS. Especialistas acreditam que a mudança poderá trazer mais transparência e até reduzir os custos, mas ainda há incertezas sobre como isso impactará o consumidor final.

Com a alta dos preços e a pesada carga tributária, muitas famílias buscam alternativas, como reutilizar materiais do ano anterior ou comprar produtos usados. O impacto da reforma nos custos de itens essenciais, como o material escolar, ainda será visto nos próximos anos.

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