domingo, junho 29, 2025
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Suspensão de convênio da PRF com o GAECO preocupa autoridades e pode fragilizar combate ao crime organizado em SC

A medida foi determinada pelo Ministério da Justiça e interrompe uma parceria de longa data entre a Polícia Rodoviária Federal e o Ministério Público de SC, responsável por importantes operações de combate ao crime no estado

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A suspensão da parceria entre Polícia Rodoviária Federal e o Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (GAECO), preocupa o chefe do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), Procurador-Geral de Justiça, Fábio de Souza Trajano, que foi comunicado do fato nesta quinta-feira (6) pela Superintendência da Polícia Rodoviária Federal em Santa Catarina. A suspensão obedece a uma determinação do Ministério da Justiça.

“Estamos absolutamente perplexos com a suspensão do convênio da Polícia Rodoviária Federal com o Ministério Público de Santa Catarina, em que nós temos policiais rodoviários federais na força-tarefa do GAECO. A partir desse momento, infelizmente, o combate à criminalidade organizada em Santa Catarina será fragilizado, como aos assaltos a bancos, ao tráfico de entorpecentes e às facções criminosas. Também em relação ao combate aos crimes praticados contra a administração pública, como a Operação Mensageiro e tantas outras”, declarou o Procurador-Geral de Justiça Fábio de Souza Trajano.

A notícia foi dada a Trajano pelo Superintendente da Polícia Rodoviária Federal (PRF) em Santa Catarina, Manoel Fernandes Bittencourt. A parceria entre a PRF e o GAECO vigora desde julho de 2002. O GAECO é uma força-tarefa coordenada pelo Ministério Público de Santa Catarina (MPSC).

A partir de segunda-feira (10), os policiais rodoviários federais que atuam no GAECO voltarão para as suas lotações de origem sem prejuízo dos trabalhos ainda não finalizados, conforme previsto no acordo de cooperação técnica renovado em agosto do ano passado.

Na reunião com o Superintendente da PRF em Santa Catarina, Trajano sinalizou, ainda, que já está tratando com o Conselho Nacional de Procuradores Gerais (CNPG) e com o Grupo Nacional de Combate às Organizações Criminosas (GNCOC) para que o cancelamento da parceria seja revisto e as investigações e trabalhos em andamento não sejam prejudicados.
“Nós precisamos de união e não de divisão”, completou o Procurador-Geral de Justiça.

Na conversa com o PGJ, o Superintendente da PRF em Santa Catarina, inspetor Manoel Fernandes Bitencourt, relatou a orientação da medida recebida da direção-geral da PRF sobre o fim do termo de cooperação com o GAECO e se mostrou esperançoso da retomada da parceria.

“Em função de uma portaria do Ministério da Justiça que limitou a participação da Polícia Rodoviária Federal em operações externas às rodovias federais, a nossa direção, até entender melhor como é e como pode ser essa participação da PRF nas forças-tarefas, determinou a suspensão da participação da PRF em todas as forças-tarefas, como no caso do GAECO. Então, nesse momento, a orientação é que a gente suspenda até que isso seja melhor definido. Esperamos que em breve a gente possa retornar, porque é uma parceria que vem dando certo há muito tempo e para a PRF é muito importante manter essas parcerias”, afirmou o Superintendente.

OPERAÇÕES EM PARCERIA COM A PRF
A parceria do GAECO com a PRF resultou nos últimos anos em operações que contribuíram significativamente para o combate ao crime organizado em Santa Catarina, entre as quais se destacam a Operação Mensageiro: a maior operação de combate à corrupção, resultando na prisão de diversos servidores públicos e empresários; o desmantelamento de uma organização criminosa que atuava há mais de 30 anos com roubo de ônibus de turismo e bancos; a ação conjunta no roubo ao Banco do Brasil em Criciúma: um assalto de grandes proporções no estilo “novo cangaço”; a Operação 60 Segundos, que dxebaratou uma organização criminosa que realizava furtos de caminhonetes no Vale do Itajaí.

Também a Operação ABRA, uma associação criminosa que roubava veículo no Rio Grande do Sul e os trazia para desmonte e venda de peças em Santa Catarina foi desmantelada graças à expertise da PRF; assim como a Operação Rota 600 que, a partir da apreensão de 600 quilos de maconha pela PRF, foram identificados outros veículos e pessoas da organização criminosa, resultando na apreensão de mais de seis toneladas de drogas.

Sem a parceria com a PRF, operações como essas não teriam ocorrido e a partir de agora o combate ao crime organizado poderá ser impactado em Santa Catarina, com prejuízos à sociedade e às próprias instituições que fazem parte da força-tarefa.
O GAECO é integrado pelo Ministério Público, Polícia Militar, Polícia Civil, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Penal, Receita Estadual e Corpo de Bombeiros Militar, e tem como finalidade a identificação, prevenção e repressão às organizações criminosas.

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