domingo, junho 8, 2025
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Maternidade pública de SC faz história com bebê prematuro mais jovem a receber alta

Noah nasceu com menos de seis meses de gestação e foi salvo graças à estrutura e equipe da Maternidade Carmela Dutra

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O nascimento de um filho costuma ser sinônimo de alegria e expectativa. No caso de Dheryolynny Silva Campos, mãe de primeira viagem, esse momento veio acompanhado de medo e incertezas. Em outubro de 2024, com apenas 23 semanas e 5 dias de gestação, ela deu à luz o pequeno Noah, que pesava apenas 635 gramas. O bebê nasceu prematuro extremo na Maternidade Carmela Dutra, referência em gestação de alto risco em Santa Catarina, e protagonizou uma história rara e emocionante.

Durante 150 dias, Noah permaneceu internado na UTI Neonatal da unidade, lutando pela vida a cada batimento do pequeno coração. Contra todas as estatísticas, ele se tornou o primeiro bebê com essa idade gestacional a receber alta hospitalar na história da maternidade.

Foto: Divulgação/Leo Munhoz / SECOM

“Foi um momento bastante vulnerável, mas a equipe me acolheu desde o início. A gente não perde o medo, mas aprende a enfrentá-lo com mais serenidade”, conta Dheryolynny. Ela lembra com gratidão do acolhimento emocional que recebeu dos profissionais da unidade: “Para eles, é profissão. Para nós, é salvar vidas. O Noah mostrou desde o início que queria viver”.

A taxa de sobrevivência de bebês nascidos antes das 25 semanas no Brasil é de cerca de 50%, e quanto menor a idade gestacional, menores as chances. O caso de Noah foi considerado excepcional. “A evolução foi dia após dia. Um verdadeiro desafio para toda a equipe envolvida. Mas conseguimos entregar o Noah em boas condições de saúde à família”, relata Gean Carlo da Rocha, chefe do Serviço de Neonatologia.

Foto: Divulgação/Leo Munhoz / SECOM

O tratamento exigiu muito mais do que técnica. Um esforço conjunto de médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, fonoaudiólogos, psicólogos e outros profissionais foi fundamental. “Cuidar de um bebê tão frágil requer menos manipulação e máxima atenção. Cada detalhe faz diferença. Foi um aprendizado coletivo”, explica Susian Cássia Liz Luz, enfermeira chefe da UTI Neonatal.

A complexidade do caso também contou com o apoio de especialistas de fora do país, numa articulação que envolveu ciência, tecnologia e, acima de tudo, humanidade. A Maternidade Carmela Dutra, que integra a rede própria da Secretaria de Estado da Saúde, é preparada para situações de alta complexidade. A unidade atende cerca de 300 recém-nascidos por ano na UTI Neonatal e oferece suporte completo com equipes multidisciplinares.

Hoje, ao lado da mãe, o pequeno Noah simboliza mais do que uma vitória médica — ele representa a força da vida e o poder da dedicação de profissionais que, dia após dia, enfrentam o impossível dentro das incubadoras. Sua história inspira e emociona quem acredita que a esperança pode, sim, vencer as probabilidades.

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