quarta-feira, junho 11, 2025
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Barco autônomo criado em SC vai monitorar a água da Usina de Belo Monte, no Pará

Tecnologia com energia solar e IA fará análise em tempo real no rio Xingu

Um barco autônomo movido a energia solar e equipado com inteligência artificial será usado para monitorar, em tempo real, a qualidade da água do rio Xingu, na área de influência da Usina Hidrelétrica Belo Monte, no Pará. O projeto, que está em fase de testes, foi financiado pela Norte Energia — concessionária responsável pela usina — e conta com a participação de instituições e empresas de Santa Catarina.

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Entre os desenvolvedores estão a Fundação CERTI, sediada em Florianópolis, especializada em sistemas de processamento de dados, e a USSV Tecnologia Autônoma, com sede em Araquari. A iniciativa também tem apoio do Instituto CERTI Amazônia (ICA) e integra um projeto de Pesquisa, Desenvolvimento & Inovação (PDI) regulado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL).

Foto: Divulgação

A embarcação foi criada para automatizar a coleta de dados ambientais em áreas de difícil acesso, como os rios da região amazônica. Com navegação totalmente autônoma por trajetos pré-definidos, o barco é equipado com uma sonda multiparamétrica que realiza medições em diversos pontos do rio, analisando variáveis como temperatura da água, pH, turbidez e níveis de oxigênio dissolvido. Essas informações são transmitidas via satélite para uma plataforma em nuvem que utiliza inteligência artificial para prever padrões e mudanças na qualidade da água.

De acordo com Marcelo Pedroso Curtarelli, coordenador de projetos do Centro de Economia Verde da Fundação CERTI, a tecnologia permitirá maior precisão no monitoramento ambiental. “O sistema proporciona informações mais seguras e em tempo real, o que pode melhorar a gestão dos recursos hídricos”, afirmou.

Uma das vantagens apontadas pelo projeto é a redução de custos e riscos operacionais, já que o uso da embarcação autônoma elimina a necessidade de deslocamento constante de equipes por áreas extensas e, muitas vezes, de difícil acesso. “Com o barco, conseguimos monitorar regiões remotas com frequência e segurança, independentemente das condições do tempo”, explicou Lorenzo Cardoso de Souza, CEO da USSV Tecnologia Autônoma.

A embarcação é abastecida por 12 placas solares de 100 watts, que carregam três baterias de lítio. Isso garante até 20 horas de autonomia, com capacidade de cobertura de uma área de até 500 quilômetros quadrados, sem depender de combustíveis fósseis.

Foto: Divulgação

O investimento total no projeto foi de cerca de R$ 4 milhões. A expectativa da Norte Energia é que a tecnologia possa ser adaptada para outras usinas da Amazônia. Segundo Roberto Silva, gerente de Meios Físico e Biótico da empresa, a proposta combina inovação, sustentabilidade e economia. “O projeto alia ciência e tecnologia à preservação ambiental, além de contribuir para a transição energética ao reduzir o uso de combustíveis tradicionais em regiões sensíveis”, afirmou.

A previsão é que o barco entre em operação assistida no reservatório intermediário de Belo Monte ainda no segundo semestre deste ano.

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