Procurador-Geral de Justiça alerta para impacto no combate ao crime organizado e pede intervenção da bancada catarinense
A suspensão da parceria entre a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e o Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (GAECO) tem gerado preocupação entre autoridades catarinenses. Para tentar reverter a decisão, o Procurador-Geral de Justiça de Santa Catarina, Fábio de Souza Trajano, entregou um ofício ao coordenador do Fórum Parlamentar Catarinense, Deputado Federal Valdir Cobalchini, solicitando apoio da bancada federal no Congresso Nacional.
O documento foi entregue durante uma reunião nesta segunda-feira (10), na sede do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), em Florianópolis. Cobalchini se comprometeu a levar a questão aos 16 deputados federais e três senadores catarinenses, que devem discutir o tema ainda nesta semana.
Fim da parceria preocupa autoridades
A parceria entre PRF e GAECO estava em vigor desde 2002 e teve papel fundamental no combate ao crime organizado no estado. No entanto, na semana passada, o superintendente da PRF em Santa Catarina, Manoel Fernandes Bittencourt, comunicou a suspensão do acordo. A partir desta segunda-feira (10), os policiais rodoviários federais que atuavam no GAECO retornaram às suas funções originais, sem prejuízo das investigações em andamento, conforme previsto no acordo de cooperação técnica renovado em agosto de 2023.
O Procurador-Geral de Justiça alertou que o fim da parceria pode comprometer a segurança pública. “Sem a PRF no GAECO, o combate ao crime organizado pode ser impactado, gerando prejuízos à sociedade e às instituições que integram a força-tarefa. Precisamos do apoio das autoridades nacionais para reverter essa decisão”, destacou Trajano.

Histórico de operações bem-sucedidas
Ao longo dos anos, a parceria entre PRF e GAECO resultou em diversas operações de grande impacto, incluindo:
- Operação Mensageiro: maior operação de combate à corrupção em Santa Catarina, com prisão de servidores públicos e empresários.
- Roubo de ônibus e bancos: desmantelamento de uma organização criminosa que atuava há mais de 30 anos.
- Assalto ao Banco do Brasil em Criciúma: solução do caso no estilo “novo cangaço” com identificação de envolvidos e veículos.
- Operação 60 Segundos: desarticulação de grupo que furtava caminhonetes no Vale do Itajaí.
- Operação ABRA: prisão de quadrilha que roubava veículos no Rio Grande do Sul e os desmontava em Santa Catarina.
- Operação Rota 600: apreensão de mais de seis toneladas de drogas, iniciada com a interceptação de 600 kg de maconha pela PRF.
Mobilização política para reverter a decisão
O deputado Valdir Cobalchini enfatizou a importância da PRF no combate ao crime organizado e afirmou que o Fórum Parlamentar Catarinense irá atuar para reverter a suspensão. “A presença da PRF ao lado das demais instituições é essencial para combater o crime no Brasil. Vamos levar essa demanda ao Congresso para buscar uma solução”, declarou.
Além de Trajano e Cobalchini, participaram da reunião outros membros do MPSC, como os subprocuradores-gerais de Justiça Durval da Silva Amorim, Paulo Antonio Locatelli, Marcelo Gomes Silva e Luciana Uller Marin.
Agora, a expectativa é que a bancada catarinense no Congresso pressione o governo federal para restabelecer a parceria, garantindo a continuidade das ações conjuntas contra o crime organizado em Santa Catarina.