O município tem intensificado ações para lidar com a crescente população de rua, oferecendo ajuda e reestruturação social
A Secretaria de Assistência Social, Mulher e Família de Balneário Camboriú divulgou um balanço atualizado do trabalho da Abordagem Social no município. De janeiro a abril deste ano, foram realizadas 10.941 abordagens a pessoas em situação de rua. Destas, 1.290 pessoas foram efetivamente atendidas — muitas mais de uma vez — e 88,9% delas aceitaram algum tipo de auxílio.
Somente entre os dias 17 e 23 de abril, a equipe realizou 528 abordagens, envolvendo 212 pessoas, das quais 177 aceitaram ajuda. A Casa de Passagem do Migrante, que oferece acolhimento noturno, atendeu 259 pessoas no mesmo período. Outras 13 foram direcionadas para instituições conveniadas com o município, que oferecem acolhimento por até 90 dias. Nesse intervalo, 15 passagens rodoviárias também foram fornecidas para o retorno de moradores de rua às suas cidades de origem.
A Casa de Passagem já contabiliza 4.391 acolhimentos desde o início do ano. Além disso, 137 pessoas foram encaminhadas para instituições credenciadas e 338 receberam ajuda para retornar a seus locais de origem. Hoje, 55 pessoas estão acolhidas nessas instituições.
De acordo com a prefeitura, o perfil migratório ainda é predominante entre essa população: 69% das pessoas atendidas não têm vínculo com Balneário Camboriú. Os fatores mais comuns que levam à situação de rua, segundo levantamentos e estudos nacionais, incluem conflitos familiares, desemprego e dependência química.
O número crescente de pessoas em situação de rua tem sido observado por moradores e comerciantes da cidade, e segue uma tendência estadual. Em Santa Catarina, a população em situação de rua aumentou 76% em dois anos, índice acima da média nacional de 65,5% no mesmo período.
A abordagem social em Balneário Camboriú funciona 24 horas por dia, com equipes realizando buscas ativas e atendendo denúncias e pedidos pelo telefone 156 e WhatsApp (47) 98807-2405. Pessoas que recusam ajuda recebem orientações sobre os serviços disponíveis.
Entre as ações da prefeitura para enfrentar o problema, está a Operação Resgate a Vida BC, que visa identificar e oferecer apoio a quem está nas ruas. Segundo o secretário Omar Tomalih, o número de adesões ao acolhimento demonstra que a população reconhece o trabalho realizado. “Buscamos direcionar essas pessoas para uma solução concreta, com dignidade e oportunidade de reintegração à sociedade”, afirmou.
As ações de abordagem e acolhimento seguem em ritmo contínuo na cidade, diante de um cenário que exige esforço constante do poder público para lidar com um problema de múltiplas causas e impactos sociais.
