Catarina Notícias entrevista o ex-governador Raimundo Colombo (PSD)
Duas vezes governador do Estado, senador, três vezes prefeito de Lages, deputado estadual e federal, secretário de Estado e presidente de estatais: Raimundo Colombo é uma das maiores lideranças políticas catarinenses das últimas décadas. Em entrevista exclusiva ao Pinga-fogo Catarina, o ex-governador fala sobre seu futuro político e sobre o cenário nacional e catarinense para as eleições do ano que vem.
“Eu quero participar, quero contribuir, mas não necessariamente como candidato. Hoje, imagino que possa contribuir mais como amigo, apoiador, conselheiro, ou cabo eleitoral. Essa é a minha intenção. (…). Torço para que o João (Rodrigues) seja candidato. Acho que ele tem grande potencial eleitoral, um posicionamento interessante e percebo um apoio expressivo em torno do nome dele. Ele é um candidato leve, ágil, inteligente e está fazendo um bom governo em Chapecó. Entendo que João tem condições de surpreender e se tornar uma grande alternativa para Santa Catarina”, pontua Raimundo Colombo sobre as eleições de 2026.
Em relação ao cenário político nacional, o ex-governador condena o clima de hostilidade partidária / ideológica que tomou conta do país.
“Eu acho que o ambiente de radicalismo que se criou é um ambiente de conflito, é uma briga permanente. E eu sempre disse que briga política não constrói pontes, hospitais, creches, escolas. Então, eu vejo as pessoas com pouca alegria, e muito radicalismo, muita agressividade. Eu espero que isso seja superado. Eu não estou dizendo que não possa haver divergências, que não possa haver contraponto. Eu acho que a gente tem que ser muito duro naquilo que defende. Mas uma coisa é você discutir sobre a mensagem, sobre o que você pensa, porque se pode pensar diferente. Vamos discutir e, talvez, ao terminar, cada um fique com a sua opção e pronto. Agora, o mensageiro você precisa respeitar. E, no nosso caso, a briga é com o mensageiro, é pessoal. Então, divergência, sim. Lutar por aquilo que a gente acredita, sim. Mas, respeitando as pessoas. Esse processo não está construindo nada e não está fazendo bem para ninguém”, analisa o ex-governador.
Raimundo Colombo opina que, em relação à taxação americana a produtos brasileiros, o caminho tem que ser o diálogo.
“Eu venho de uma geração, do pós-guerra, onde os Estados Unidos eram o nosso irmão querido, era aquele que nos protegia. E o mundo inteiro sentiu isso. Essa posição de agora não é boa. Eu defendo o diálogo, eu acho que a gente tem que construir caminhos, não tem outro jeito. (…) Agora, sobre a questão da soberania, essa é inegociável, nós não temos que discutir isso com ninguém, nem com os Estados Unidos, nem com ninguém. Os nossos problemas nós temos que resolver”.
O ex-governador explica, também, que acha a falta de diálogo do governo do Estado com o governo Federal um erro.
“A falta de diálogo entre o governo do Estado e o governo Federal é um erro gravíssimo. Não receber uma autoridade que visita o nosso Estado — sobretudo o Presidente da República — é algo que eu realmente não consigo entender. (…) Quando você é eleito pelo povo, você é eleito para representar todo o Estado. E governar exige isso: diálogo. Uma coisa é governar, outra é ser chefe de Estado. E o chefe de Estado precisa conversar com todos. O diálogo não empobrece, ele enriquece. Faz a gente crescer, porque sempre temos algo a aprender com o outro e sempre existe espaço para troca. Por isso, recusar-se a receber o Presidente da República, que vem inaugurar uma obra no nosso Estado, é um erro gravíssimo. Em mais de 200 anos de governo em Santa Catarina, nunca tínhamos visto algo parecido”.
O ex-governador Raimundo Colombo fala ainda de sua trajetória de sucesso, da vida longe do poder, e da possibilidade de candidatura de Carlos Bolsonaro ao Senado por Santa Catarina. Tudo isso, e muito mais, só aqui, no Catarina Notícias.
A entrevista completa está no YouTube.