Cidade enfrenta aumento expressivo de denúncias enquanto busca soluções eficazes
Por: Jeane Carla
Balneário Camboriú vive um momento preocupante em relação aos maus-tratos a animais. Dados do Grupo de Proteção Ambiental (GPA) da cidade, fornecidos pelo subcomandante Barbosa, mostram que, em 2023, foram registrados 35 casos de maus-tratos. Já em 2024, até o mês de agosto, esse número saltou para 243 casos, evidenciando um aumento significativo. Além disso, o recolhimento de animais nas ruas também é alarmante: foram 439 em 2023 e 298 até agosto de 2024.
Barbosa destacou que, embora a cidade tenha realizado um censo animal online, por meio de uma ação coordenada pela prefeitura, ele cobre menos da metade da população estimada. “Precisamos de uma força-tarefa junto à saúde, pois os agentes comunitários de saúde seriam perfeitos para levantar esses dados com mais precisão”, afirmou. Segundo ele, essas informações são cruciais para criar estratégias eficazes, como um programa de castração em massa.
O vereador Cristiano José dos Santos, que é representante do grupo Cadeia para Maus-Tratos em Santa Catarina, aponta que o aumento no número de denúncias também reflete o avanço da informação. “Antigamente, não havia um canal para divulgar o crime de maus-tratos. Hoje, as pessoas estão bem informadas e sabem onde recorrer”. Ele menciona ainda que iniciativas como a Lei Sansão e o movimento nacional “Cadeia para Maus-Tratos” têm incentivado a denúncia e garantido o cumprimento dos protocolos.
Estima-se que Balneário Camboriú tenha milhares de animais entre cães e gatos, muitos em situação de abandono. Embora não haja um dado oficial abrangente, o aumento expressivo no recolhimento de animais reflete a gravidade do problema. O vereador reforça que é papel do poder público cuidar desses animais de maneira digna. “Não adianta recolher e enfiar em uma gaiola, pois isso também configura maus-tratos”, alerta.
Casos que chocaram a população
Dois episódios recentes ilustram a gravidade da situação. Um caso emblemático foi o de um cachorro morto com um tiro no dia 15 de novembro no bairro Nova Esperança. O animal, descrito como dócil pela população, foi brutalmente assassinado, gerando indignação entre os moradores. Em outro exemplo, animais resgatados em maio deste ano, em estado de extrema desnutrição e maus-tratos destacam a necessidade de ações imediatas.
Caminhos para soluções
Além de ampliar a fiscalização e incentivar denúncias, especialistas e autoridades locais concordam que programas de castração em massa são indispensáveis. Isso ajudaria a controlar a população de animais de rua e reduziria a vulnerabilidade a situações de abuso.
Denúncias podem ser feitas pelo telefone 153 ou pelo site da Polícia Civil. Em casos graves, é essencial registrar um boletim de ocorrência e acompanhar a atuação das autoridades para garantir que o caso seja resolvido adequadamente. Além da ONG Defesa Animal, a Ong Viva Bicho, o Cadeia para Maus-Tratos e o Conselho Municipal de Defesa Animal aliados a Guarda Municipal atuam no combate a violência aos animais.
