Com mais de 75 mil tainhas capturadas no ano passado, pescadores aguardam temporada positiva, apesar das restrições federais
A tradicional pesca da tainha em Balneário Camboriú começa nesta quinta-feira (1º), dando início à Safra 2025. A atividade, que envolve centenas de pescadores artesanais nas praias da cidade, contará com uma série de ações de fiscalização e campanhas de conscientização para assegurar a preservação da prática e o cumprimento das normas estabelecidas.
Com o apoio da Prefeitura de Balneário Camboriú, a Fundação Cultural, que coordena o evento, firmou um convênio com a Colônia de Pescadores Z-7 para fornecer a estrutura necessária para os pescadores. Ao todo, nove pontos nas praias do município, incluindo a Praia Central e as Praias Agrestes, contarão com contêineres, tendas e outras instalações de apoio, como banheiros e energia elétrica. Essa infraestrutura será crucial para garantir o conforto e a segurança dos pescadores durante o período da safra, que segue até o dia 31 de julho.
Além disso, a Fundação Cultural deu início à campanha de conscientização “Mar de Tradição, Respeite o Pescador”, com o objetivo de informar a população sobre as proibições estabelecidas durante o período da pesca da tainha. A campanha estará presente nos materiais de pesca, redes sociais e outros meios de comunicação. Segundo Allan Müller Schroeder, diretor-presidente da Fundação Cultural, a ação visa proteger a pesca artesanal, um patrimônio cultural de Balneário Camboriú. “Nosso compromisso é preservar essa prática histórica tão importante para nossa comunidade”, afirmou.

Durante a safra, estarão proibidos o uso de jet skis, lanchas e outras embarcações motorizadas, que podem afastar os cardumes de tainha. A fiscalização será realizada em conjunto com a Secretaria do Meio Ambiente, a Secretaria de Segurança Pública e a Guarda Municipal, com o auxílio de drones e embarcações fornecidas por empresas náuticas. As denúncias poderão ser feitas pelo número 153.
Em relação à safra, a expectativa para 2025 é positiva, apesar de um certo receio com o limite de captura de tainha estabelecido pela portaria federal, que permite 1,1 mil toneladas para o Estado de Santa Catarina. Laercio Demetrio, coordenador de Pesca e Economia Artesanal da Secretaria do Meio Ambiente, destacou que a captura já foi satisfatória em 2024, com mais de 75 mil tainhas, e acredita que a safra deste ano será igualmente boa, embora a preocupação seja com a quantidade de tainhas já capturada no norte de Santa Catarina.
A pesca artesanal da tainha em Balneário Camboriú é uma atividade que envolve cerca de 200 famílias e foi reconhecida oficialmente como patrimônio cultural imaterial do município pela Lei nº 4.327, de 2019. Além disso, os ranchos de pesca da Praia de Taquaras também foram tombados como Patrimônio Cultural Material, conforme a Lei nº 4.874, de 2024. Essas leis reforçam a importância histórica e social da pesca da tainha para a comunidade local.
Com a fiscalização reforçada e a campanha de conscientização em andamento, a expectativa é de que a Safra da Tainha 2025 transcorra de maneira tranquila e produtiva, mantendo viva essa tradição cultural que é tão fundamental para a economia e a identidade de Balneário Camboriú.